20 outubro 2009

Aposentados ocupam Edita (14° andar do anexo ao Edise)

Aos companheiros petroleiros(as)

Sindipetro- RJ ocupa por tempo indeterminado a Petrobrás e exige fim das discriminações com os aposentados


A nossa categoria sempre foi contra ou lutou contra qualquer tipo de discriminação. Foi assim contra as vitimas da ditadura militar, dos demitidos pelos governos Sarney, Collor e FHC, e agora dos punidos da campanha de PLR no governo Lula. A luta pela equiparação dos novos funcionários aos antigos já vai completar três décadas. A última etapa resultou na RMNR que a empresa utilizou para repassar 32% a 34% a quem não recebia. Diante da forte mobilização da FNP no Edise, onde se concentrava o maior número de novos funcionários, fizemos passeata interna dos novos e mobilizações por toda a semana em frente a sede, a empresa ameaçou os manifestantes, através de um informe do RH dirigido a toda a base do Rio de Janeiro, e mandou pagar primeiro a RMN aos trabalhadores da base do Norte Fluminense que, diga-se de passagem, a direção do Sindipetro-NF era contra a equiparação.

A FUP chegou a escrever em um “Primeira Mão” que a equiparação dos novos estava resolvida entre petroleiros. O RH equiparou os novos mas utilizou a RMNR para tentar dividir a categoria. A direção do Sindipetro-RJ indicou para as assembléias a rejeição da RMNR pelo caráter divisionista contido na proposta, obra do RH. As assembléias aprovaram a RMNR contra o indicativo do Sindipetro-RJ. O sindicato do RJ era a favor do conteúdo da proposta, mas contra o artifício da divisão da categoria. Queríamos que as assembléias rejeitassem a proposta para voltarmos a mesa de negociação e exigirmos a equiparação dos novos e a retirada da chamada RMNR.

Aposentados e pensionistas

Lamentavelmente o alvo da política do RH, Sr. Diego Hernandes, são os aposentados e pensionistas. FHC iniciou a política de reajuste diferenciado para os aposentados e no governo Lula a mesma política. Os aposentados da Petrobrás pagaram para manter a relação de 90% do que receberiam se estivessem na ativa e continuam pagando durante a aposentadoria. A Petrobras e a Petros, com essa prática de aumentos diferenciados, rasgam o contrato com os aposentados que, diga-se de passagem, é um contrato oneroso e não uma concessão. A FUP durante todo o governo Lula indicou a aceitação dessas propostas que massacram os aposentados. Em várias categorias as direções sindicais já rejeitaram aumentos diferenciados a aposentados e pensionistas, entre elas os policiais federais e os professores. A FUP traindo a luta dos trabalhadores indica para as assembléias a aceitação desse tipo de proposta que envergonha a classe trabalhadora.

Para reforçar nossa tese do desprezo da companhia com aposentados e pensionistas, o RH, “atendendo” a nosso pedido de melhorias na tão deteriorada AMS, propõe uma comissão não para melhoria mas para cortar custos com foco nos aposentados e pensionistas. Alegam o óbvio, que os aposentados são os que mais utilizam a AMS. Em qualquer lugar do mundo a terceira idade precisa mais de atenção médica e remédios, é impossível mudar essa tendência que faz parte do ciclo da vida. A FNP, em 2006, ocupou por 13 dias o RH no Edise contra essa discriminação. Em 2007 membros da FNP tiraram a roupa em frente ao Edise e ao Palácio do Planalto para denunciar esse tipo de violência contra aqueles que construíram nossa empresa, fato que repercutiu no Brasil e no mundo. Depois fizemos um “latrinaço” em frente à sede da Petrobrás para devolver o tratamento de “m...” que a empresa tem dispensado aos aposentados e pensionistas.

Contra mesquinharia só ocupação e greve

Agora diante da mesmice da proposta que se vislumbra com abono contingencial e corte de despesa na AMS com foco nos aposentados propomos a ocupação. A ação de ocupação do Edita (14° andar do anexo ao Edise), só vai ser vitoriosa se repercutir nas bases petroleiras, ou seja, se a categoria (ativa, aposentados e pensionistas) se mobilizar e reproduzir nas bases com greve da categoria, ocupação das unidades da Petrobrás e Petros. O ataque aos aposentados e pensionistas vêm se repetindo por 13 anos, o que na verdade é um ataque a toda a categoria, e é preciso dar um basta a essa mesquinharia dentro de uma empresa cujo fruto do trabalho, também de aposentados, oferece à sociedade brasileira o pré-sal.



RJ: 20/10/2009
Sindipetro-RJ